Atualização 1

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  • Associação Brasileira de Estomaterapia

Abstract

Definições Operacionais das Características dos Equipamentos e Adjuvantes para Estomas

EquipamentosOs equipamentos coletores para estomas intestinais e urinários referem-se a bolsas de sistemas únicos ou compostos, descartáveis, fixadas à pele, ao redor do estoma, e que visam a coletar os efluentes, fezes ou urina, sendo de fundamental importância para o processo de reabilitação biopsicossocial da pessoa estomizada.Os equipamentos coletores para estomas intestinais e urinários são constituídos basicamente de bolsa coletora, para recolhimento do efluente, e de adesivos, para a fixação da bolsa à pele periestoma.1) Bolsas ColetorasAs bolsas coletoras para estomas intestinais e urinários são confeccionadas com plástico antiodor, transparente ou opaco, macio, atóxico e hipoalergênico. Nas bolsas para estomas intestinais pode incluir filtro de carvão ativado (avulso ou acoplado) e deve adequar-se ao tipo de clientela à qual será aplicada. A seguir, são descritas as bolsas coletoras conforme o tipo de estoma e clientela.  1.1. Estoma intestinal para adulto1.1.1. A bolsa fechada para estoma intestinal para adulto deve ter:a) comprimento útil de 16 a 22 centímetros;b) largura útil de 12 a 16 centímetros;c) formato quadrado ou retangular.1.1.2. A bolsa drenável para estoma intestinal para adulto deve ter:a) comprimento útil de 20 a 30 centímetros;b) largura útil de 12 a 16 centímetros;c) formato convencional ou com segunda abertura.c.1. a bolsa convencional apresenta formato afunilado, isto é, com campo proximal mais largo e abertura para drenagem e higienização, na porção distal. Exige presilha para seu fechamento.c.2. a bolsa com segunda abertura apresenta formato convencional na porção distal e inclui 2ª abertura, disposta na porção proximal, no campo mais largo, destinada à higienização. Exige presilhas para o fechamento de ambas as extremidades.Observação: a bolsa é considerada de tamanho especial quando apresentar:a) comprimento acima de 30 centímetros;b) largura acima de 16 centímetros.1.2. Estoma intestinal pediátrico e neonatal1.2.1. A bolsa drenável para estoma intestinal pediátrico deve ter:a) comprimento útil de 20 a 27 centímetros;b) largura útil de 12 a 14 centímetros;c) formato convencional ou com segunda abertura.c.1. A bolsa convencional apresenta formato afunilado, isto é, com campo proximal mais largo e abertura para drenagem e higienização, na porção distal. Exige presilha para seu fechamento.c.2. A bolsa com segunda abertura apresenta formato convencional na porção distal e inclui 2ª abertura, disposta na porção proximal, no campo mais largo, destinada à higienização. Exige presilhas para o fechamento de ambas as extremidades.1.2.2. A bolsa para estoma em neonatologia apresenta:a) comprimento abaixo de 20 centímetros eb) largura abaixo de 12 centímetros.1.3. Estoma urinário para adultoA bolsa para estoma urinário para adulto deve caracterizar-se por:a) seguir as dimensões e formato da bolsa para estoma intestinal de adulto;b) ter reservatório com capacidade mínima de 300 ml;c) ter sistema interno anti-refluxo;d) ter mecanismo valvular de drenagem;e) possuir conector, no mecanismo valvular de drenagem, compatível aos sistemas coletores de perna e noturnos.1.4. Estoma urinário pediátricoA bolsa para estoma urinário pediátrico deve caracterizar-se por:a) seguir as dimensões e formato da bolsa para estoma intestinal em crianças;b) ter reservatório com capacidade mínima de 200 ml;c) ter sistema interno anti-refluxo;d) ter mecanismo valvular de drenagem;e) possuir conector, no mecanismo valvular de drenagem, compatível aos sistemas coletores de perna e noturnos.2. AdesivosOs adesivos para fixação à pele periestoma podem ser desenvolvidos a partir de:2.1. Óxido de Zinco - adesivo acrílico composto por oxigênio com o radical zinco.2.2. Material Microporoso - adesivo acrílico hipoalergênico, composto de não tecido ou tecido de poliéster ou viscose, em sua superfície externa, e papel siliconado com pequenos e numerosos poros, em sua face interna.2.3. Resina Mista - adesivo composto de goma de Karaya e carboximetilcelulose sódica. A Karaya é produzida a partir da seiva da árvore Sterculia urens, e a carboximetilcelulose sódica é um polímero orgânico modificado, derivado da celulose.2.4 Resina Sintética - adesivo composto de dois ou três hidrocolóides: carboximetilcelulose sódica associada à gelatina e/ou à pectina. A gelatina é uma substância obtida pela desnaturação do colágeno da pele e ou dos ossos de animais e a pectina é substância orgânica contida nas membranas celulares dos vegetais.Os equipamentos coletores para estomas, intestinal ou urinário, podem ainda ser classificados quanto ao número de peças que o compõem: uma ou duas peças.a) O sistema de uma peça refere-se à condição da bolsa coletora e os adesivos estarem incorporados em peça única. Os adesivos podem compor total ou parcialmente o sistema de uma peça. Neste último caso, estão associados ao adesivo microporoso.b) O sistema de duas peças refere-se à condição da bolsa coletora encontrar-se separada da base adesiva. A bolsa coletora possui um aro que se acopla à base adesiva por uma flange. A flange, da qual se trata neste documento, refere-se a um rebordo em forma circular, na face externa da base adesiva, que permite o encaixe compatível com o aro da bolsa coletora. Sua medida é indicada em milímetros, pelo fabricante. O adesivo de resina sintética pode compor a base adesiva total ou parcialmente. Neste último caso, está associada ao adesivo microporoso. Portanto:b.1. base adesiva com resina sintética é aquela que possui resina sintética em toda a sua extensão, ou seja, nas áreas interna e externa à flange;b.2. base adesiva com resina sintética e adesivo microporoso é aquela que possui resina sintética na área interna da flange e adesivo microporoso, na área externa.O diâmetro do equipamento corresponde ao valor da circunferência interna de sua abertura, em milímetros, e deve:a) ser considerado o do pré-corte indicado pelo fabricante, para o sistema de uma peça, resina plana ou convexa pré-cortada;b) ser considerado o da pré-abertura ao recorte máximo, indicado pelo fabricante, para o sistema de uma peça, resina plana ou convexa recortável;c) ser considerado o do pré-corte da base adesiva, indicado pelo fabricante, para o sistema de duas peças, resina plana ou convexa pré-cortada. É necessário haver compatibilidade entre o aro da bolsa coletora e a flange da base adesiva;d) ser considerado o da pré-abertura ao recorte máximo da base adesiva, indicado pelo fabricante, para o sistema de duas peças, resina plana ou convexa recortável. É necessário haver compatibilidade entre o aro da bolsa e a flange da base adesiva.  3. Equipamentos específicos para colostomias3.1. Protetor para estoma:a) Para o sistema de uma peça, o protetor deve:a.1. ser fabricado em plástico anti-odor, opaco, macio, atóxico e hipoalergênico;a.2. ter filtro de carvão ativado;a.3. ter absorvente interno;a.4. ter comprimento e altura entre 8 e 12 centímetros;a.5. ter formato quadrado ou circular;a.6. ter adesivo de resina sintética, com ou sem adesivo microporoso, incorporados;a.7. ter a informação do diâmetro do pré-corte indicado pelo fabricante;a.8. ter a informação do diâmetro recortável, de sua pré-abertura ao recorte máximo, indicado pelo fabricante;b) Para o sistema duas peças, o protetor deve:b.1. ser fabricado em plástico anti-odor, opaco, macio, atóxico e hipoalergênico;b.2. ter filtro de carvão ativado;b.3. ter absorvente interno;b.4. ter comprimento e altura entre 8 e 12 centímetros;b.5. ter formato quadrado ou circular;b.6. possuir aro compatível à flange da base adesiva.3.2. O irrigador de colostomia deve:a) ser confeccionado em plástico resistente, atóxico e transparente;b) ter capacidade mínima de 1.500 ml e dispor de escala graduada para leitura de volume;c) possuir válvula para controle de fluxo, no mínimo para duas posições: totalmente aberto e totalmente fechado;d) ter extremidade cônica, confeccionada em material plástico maleável e atóxico, para facilitar a inserção no estoma.3.3. A manga drenadora para irrigação deve:a) ser confeccionada em plástico resistente, atóxico, hipoalergênico e transparente;b) possuir aberturas na parte superior e inferior;c) possuir presilhas para vedação superior e inferior;d) ter comprimento mínimo de 90 cm;e) ter aro avulso ou acoplado, compatível com flange de base adesiva, para fixação em cinto elástico ajustável.3.4. O oclusor / obturador de colostomia deve:a) ser fabricado de espuma de poliuretano, flexível, envolvido por película lubrificada e hidrossolúvel;b) possuir filtro de carvão ativado incorporado;c) ter a informação do comprimento, indicado pelo fabricante;d) para o sistema de uma peça: ter adesivo de resina sintética, com ou sem adesivo microporoso, incorporados;e) para o sistema de duas peças: possuir aro compatível à flange da base adesiva.4. Equipamentos adjuvantes para estomas intestinais e urinários4.1. O espessante para efluente deve ser:a) composto de polímeros acrílicos que, em contato com líquidos, se transforma em gel;b) ser apresentado em forma de grânulos.4.2. O coletor urinário de perna deve:a) ser confeccionado em plástico hipoalergênico, resistente, macio e transparente;b) ter capacidade mínima de 350 ml;c) possuir válvula anti-refluxo;d) possuir tubo extensor com conector universal na extremidade proximal, compatível com válvula de drenagem da bolsa coletora para estoma urinário. Deve ter comprimento mínimo de 30 centímetros;e) possuir ou não pinça bloqueadora de fluxo no tubo extensor;f) possuir válvula de drenagem na extremidade distal, resistente e de fácil manuseio;g) possuir encaixes na porção superior e inferior, para fixação de cintas elásticas;h) possuir cintas elásticas atraumáticas e hipoalergênicas para fixação em perna;i) ser esterilizado.4.3. O coletor urinário noturno deve:a) ser confeccionado em plástico hipoalergênico, resistente, macio e transparente;b) ter capacidade mínima de 1500 ml e escala de graduação a partir de 25 ml;c) possuir válvula anti-refluxo;d) possuir tubo extensor com conector universal na extremidade proximal, compatível com válvula de drenagem da bolsa coletora de estoma urinário. Deve ter comprimento mínimo de 90 centímetros;e) possuir pinça bloqueadora de fluxo no tubo extensor;f) possuir válvula de drenagem na extremidade distal, resistente e de fácil manuseio;g) possuir alça para fixação na cama, cadeira de rodas ou suporte similar;h) ser esterilizado. 5. Equipamentos de proteção da pele e segurança5.1. A barreira protetora de pele:a) deve ser confeccionada de resina sintética, ou seja, composta de dois ou três hidrocolóides (carboximetilcelulose sódica associada à pectina e/ou à gelatina);b) pode ser apresentada em: placa, disco, pasta, tira, anéis planos ou convexos ou pó.5.2. O disco de convexidade deve:a) ser confeccionado em plástico de alta densidade;b) apresentar textura resistente e rígida;c) apresentar o diâmetro da circunferência externa compatível com a flange da base adesiva de resina sintética, com ou sem adesivo microporoso, indicado pelo fabricante;d) apresentar o diâmetro da circunferência interna, visando à convexidade entre estoma e a pele, indicado pelo fabricante.5.3. O cinto elástico ajustável deve:a) ser confeccionado em algodão e nylon, resistente, reutilizável e com presilha reguladora de comprimento;b) ter encaixe universal nas extremidades, compatível com a bolsa de estoma intestinal ou urinário;c) oferecer segurança no encaixe;c) para uso em adultos, ter:c.1. comprimento mínimo de 66 cm;c.2. largura mínima de 2,5 cm.d) para uso pediátrico, ter:d.1. comprimento mínimo de 43 cm;d.2. largura mínima de 1,5 cm.6. Equipamentos específicos para gastrostomias:Os equipamentos para gastrostomia referem-se a tubos de sistema composto, descartáveis, ao nível da pele ou não, introduzidos no estoma gástricos visando oferecer alimentação, quando na impossibilidade de utilização da via oral ou para realizar descompressão gástrica pós-operações do sistema digestório e devem-se adequar-se ao diâmetro do estoma e espessura da parede abdominal.Os equipamentos para gastrostomia são constituídos basicamente de tubos e extensores. Os tubos possuem sistema de ancoragem interna e externa. O sistema de ancoragem interna pode ser obturado ou não obturados (balão).Observações:- Para os tubos ao nível da pele são necessários a utilização de extensores.- Para os tubos com sistema de ancoragem interna obturada é obrigatório ter um obturador compatível como indicado pelo fabricante.6.1 O tubo para gastrostomia ao nível da pele deve:a) ser confeccionado em silicone de uso medicinal ou polietileno;b) ter sistema de ancoragem externa e interna;c) ter válvula anti-refluxo;d) ter diâmetro externo de 14 a 24 Fr/Ch;e) ter comprimento 0,8 cm a 5 cm;f) ter extensores com pinça bloqueadora de fluxo compatíveis como indicado pelo fabricante.Observação: o obturador é uma peça fundamental para inserção e remoção dos tubos obturados.6.2 O tubo para gastrostomia não nivelados a pele deve:a) ser confeccionado em silicone de uso medicinal ou polietileno;b) ter sistema de ancoragem externa e interna;c) ter marcas de referência graduada e de fácil visualização;d) ter diâmetro externo de 12 a 24 Fr/Ch7. Equipamentos adjuvantes para gastrostomias:7.1 O dispositivo para medir a espessura da parede abdominal deve:a) ser confeccionado em plástico de textura flexível;b) ter escala milimetrada;c) ter sistema de ancoragem interna;d) ter suporte deslizante para identificar a espessura da parede abdominal.1As definições aqui apresentadas foram realizadas pela SOBEST e são integrantes da proposta de Portaria Ministerial, desenvolvida pela SOBEST e ABRASO (Associação Brasileira dos Ostomizados), referente a Política Nacional de Saúde das Pessoas com Estomas, entregue ao Ministério da Saúde, em 13/10/2005. Esse documento ainda aguarda aprovação do Presidente do Brasil.AgradecimentosA SOBEST agradece as seguintes pessoas que atuaram na elaboração da referida proposta Beatriz Farias Alves Yamada Presidente SOBESTCândida CarvalheiraPresidente ABRASOAmélia ArakikiPresidente AOESPMaria da Glória MarcondesMembro Pleno SOBESTEliane Souto D’ÁvilaMembro Pleno SOBESTMaria do Socorro OliveiraMembro Pleno SOBESTJessé Ferreira de SouzaMembro Pleno SOBESTDonata de SouzaMembro Pleno SOBESTEliana Mitsuko IdaMembro Pleno SOBESTMargarete Knoch MendonçaMembro  SOBESTNéria Invernizzi da SilveiraMembro Pleno SOBESTVera Lúcia C G SantosMembro Pleno SOBEST


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2006-12-01

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1.
Brasileira de Estomaterapia A. Atualização 1. ESTIMA [Internet]. 2006 Dec. 1 [cited 2024 Nov. 22];4(4). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/202

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