Resumo de Artigo 1

Authors

  • Geraldo Magela Salomé Mestre em Ciências e Doutorando em Ciências pelo Programa de Pós Graduação em Cirurgia Plástica UNIFESP, Coordenador da Comissão de Prevenção e tratamento de ferida do Conjunto Hospitalar de Sorocaba.
  • Leila Blanes Especialização em Estomaterapia pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo.
  • Lydia Masako Ferreira Chefe de Departamento de cirurgia da UNIFESP, Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Cirurgia Plástica UNIFESP.

Abstract

Depressão entre Pacientes com Feridas Crônicas


Introdução: as feridas crônicas são lesões de longa duração e de reincidência freqüente, com 80 a 90% de recorrência. São debilitantes na sua persistência, podendo levar à incapacidade funcional e dependência. Assim, considerando os custos econômicos para tratamento e os sociais, gerados pela incapacidade e dependência, representam um importante problema de saúde. Muitas pessoas confundem depressão com tristeza, luto ou com uma fase difícil, relacionando-a às dificuldades cotidianas ou mesmo ao estresse, podendo surgir como uma resposta a situações reais, após uma reação vivencial depressiva, frustrações e perdas. Trata-se, nesse caso, de uma resposta a conflitos íntimos e determinados por fatores vivenciais. Pode surgir ainda associada ou aparentemente motivada por situações anímicas, nas quais certas perspectivas futuras, anseios e objetivos de vida estão representados, intrapsiquicamente, de maneira negativa . Objetivo: mensurar o grau de depressão em pacientes com feridas, utilizando o Inventário de Depressão Beck. Métodos: estudo exploratório, descritivo, analítico e transversal. Participaram 25 pacientes com úlceras venosas, 30 com úlceras por pressão e 18 pacientes diabéticos com pé ulcerado, em um total de 73 pessoas. Todas foram atendidas no ambulatório de ferida de um Hospital público de São Paulo. Os critérios de inclusão adotados foram: ser portador de úlceras venosas geradas por pressão e diabéticos com pé ulcerado; idade superior a 18 anos. Para exclusão, foi adotado como critério os pacientes que tivessem condições físicas e mentais que, na avaliação do investigador, os impedissem de responder às perguntas do questionário. Os dados foram coletados no período compreendido entre dezembro de 2008 a janeiro de 2009, após aprovação da investigação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (CEP- 1611/08). A coleta foi realizada pelos próprios pesquisadores, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelo paciente. O instrumento utilizado foi o Inventário de Depressão de Beck, traduzido e validado no Brasil. Esse Inventário aborda uma amplitude de itens para avaliar depressão, sendo autoaplicável; é usado tanto em pesquisa como na prática clínica. Foram utilizados o Teste Qui-Quadrado de Independência e o Teste Não-Paramétrico de Kruskal- Wallis. Para todos os testes estatísticos foram considerados os níveis de significância de 5% (p < 0,05). Resultado: os pacientes tinham idade superior a 50 anos, sendo 19 (76,0%) com úlceras venosas, 18 (60,0%) com úlceras por pressão e 12 pacientes (66,7%) diabéticos com pé ulcerado. Quanto ao gênero, o que mais se destacou foi o feminino, totalizando 15 pacientes (60,0%) com úlceras venosas, 18 (60,0%) com úlcera por pressão e 10 (55,6%) diabéticas com pé ulcerados. Dos pacientes com úlcera venosa, 21 (87,5%) eram da raça branca, 23 (76,7%) com úlcera por pressão e 16 pacientes (88,8%) com diabetes e pé ulcerado. 12 pacientes (48%) com úlceras venosas, 24 (80%), com úlceras por pressão e 14 pacientes (77,8%) diabéticos com pé ulcerado, apresentaram depressão em níveis que variavam entre leve, moderado ou grave. Contudo, 13 pacientes (52%) com úlcera venosa, 6 (20%) com úlcera por pressão e 4 (22,2%) entre os diabéticos com pé ulcerado, apresentaram ausência ou nível mínimo de depressão, não tendo havido diferença estatisticamente significante entre os grupos, com base no Inventário de Beck.Conclusão: por meio do questionário Beck, os resultados obtidos permitiram confirmar que pacientes do estudo estão acometidos de depressão em nível leve, moderado ou grave, evidenciando que os profissionais com eles envolvidos necessitam estar atentos a essa situação.

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Published

2009-06-01

How to Cite

1.
Salomé GM, Blanes L, Ferreira LM. Resumo de Artigo 1. ESTIMA [Internet]. 2009 Jun. 1 [cited 2024 Dec. 22];7(3). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/257

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