Revisão
Abstract
O que Precisamos Saber Acerca das Lesões por Fricção
ResumoSkin tear ou lesão por fricção é um tipo de ferida traumática associada à pele frágil e delgada. Este artigo discorre acerca da epidemiologia, fisiopatologia e classificação dessas feridas bem como das estratégias de prevenção e alternativas de tratamento.Descritores: Ferimentos e lesões. Envelhecimento da pele. Enfermagem.AbstractSkin tear is a traumatic wound associated with fragile thin skin. This paper describes the epidemiology, pathophysiology, and classification of these wounds, as well as prevention and treatment strategies.Descriptors: Wounds and injuries; Skin aging; Nursing.ResumenSkin tear o lesión por fricción es un tipo de herida traumática asociada a la piel frágil y delgada. Este artículo diserta acerca de la epidemiología, fisiopatología y clasificación de esas heridas así como también de las estrategias de prevención y tratamiento.Palabras-Clave: Heridas y traumatismos. Envejecimiento de la piel. Enfermería.Conceito e epidemiologiaSkin tears ou lesões por fricção são feridas antigas cujo re-conhecimento começa a adquirir relevância na atualidade. O objetivo deste artigo é atualizar os profissionais de saúde acerca da epidemiologia, fisiopatologia, fatores de risco e classificação bem como das estratégias de prevenção e alternativas de tratamento dessas lesões.Lesão por fricção é uma “ferida traumática que ocorre principalmente nas extremidades de idosos, resultante de fricção ou de uma combinação de fricção e cisalhamento, levando à separação da epiderme da derme (ferida de espessura parcial) ou separando totalmente a epiderme e a derme das estruturas subjacentes (ferida de espessura total)”1.No estudo de Payne e Martin2, 42% das lesões por fricção localizavam-se nos cotovelos, 22% nas pernas e 13% nas mãos. A ocorrência nos cotovelos foi relacionada a mobilizações e transferências, enquanto que nas pernas, às cadeiras de rodas e grades de camas. Malone e colaboradores3encontraram 80% das lesões por fricção nos antebraços; Fleck4 encontrou 80% das lesões em mãos e braços.Estima-se que, a cada ano, 1,5 milhões de lesões por fricção acometem idosos institucionalizados 3 e que, até 2030, o número de indivíduos em alto risco para essas lesões será de 8,1 milhões de pessoas, somente nos Estados Unidos5.Payne e Martin2 conduziram um estudo em 896 leitos de instituições asilares. Durante cinco meses, 20 pacientes foram diagnosticados com lesões por fricção, o que representa incidência de 2,23%. Esses 20 pacientes apresentaram um total de 50 lesões por fricção, com média de 2,5 lesões por paciente.Em um estudo retrospectivo com 349 pacientes, Malone e colaboradores3 identificaram, no período de um ano, 321 lesões por fricção, com incidência de 0,92. A incidência poderia ser até três vezes maior do que a encontrada, uma vez que o registro desse tipo de ferida não costuma ser fidedigno.Em estudo realizado numa instituição asilar australiana de 347 leitos, 41,5% de todas as feridas encontradas em idosos, com média de 80 anos de idade, eram lesões por fricção6. Em estudo retrospectivo, realizado em uma enfermaria de 120 leitos, em um período de 6 meses, constatou-se que, em média, 14% dos pacientes por mês apresentaram lesões por fricção 7.Mason8 relatou incidência de lesões por fricção de 24,8% em 174 residentes de uma instituição asilar, num período de 4 meses. O índice variou de 0,42 a 0,7 lesão por fricção por mês. Índice menor de lesão por fricção (0,43) foi reportado dentre os que utilizaram sabonete emoliente e antibacteriano comparativamente àqueles que fizeram uso de sabonete comum (0,66).Em um estudo prospectivo em instituição asilar para veteranos de guerra, McGough5 encontrou incidência de 154 lesões por fricção entre os 154 residentes, durante 6 meses do estudo, ou seja, uma lesão por fricção para cada residente. Cerca de 79,2% dos residentes apresentaram história prévia de lesões por fricção.Em auditoria sobre as feridas presentes em uma determinada comunidade, Carville e Lewin9 encontraram 5,5% de lesões por fricção dentre todas as feridas, nas mais diversas faixas etárias. Em estudo similar com veteranos de guerra com 70 anos ou mais e que apresentavam algum tipo de ferida, as lesões por fricção representaram 20% de todas as feridas encontradas10.McErlean e colaboradores11 encontraram prevalência de 10,7%, em amostra de 187 pacientes hospitalizados; na unidade geriátrica, o índice foi de 18,5%; e de 21,6% e 27% respectivamente para os pacientes com problemas respiratórios e em cuidados paliativos.Estudo similar, conduzido em um hospitalescola de cuidados terciários, identificou prevalência de 9,4%, totalizando 72 lesões desse tipo12.Fatores de riscoOs principais fatores de risco associados às lesões por fricção 2,13-17 são apresentados no Quadro 1.
Downloads
References
Payne R, Martin M. Defining and classifying skin tears: need for a common language. Ostomy Wound Manage 1993;39(5):16-20.
Payne R, Martin M. Skin tears: the epidemiology and management of skin tears in older adults. Ostomy Wound Manage 1990;26:26-37.
Malone ML, RozarioN, Gavinski M, Goodwin J. The epidemiology of skin tears in the institutionalized elderly. J Am Geriatric Soc 1991;39(6):591-5.
Fleck CA. Preventing and treating skin tears. Advances in Skin and Wound Care 2007;20(6):315-20.
McGough-Csarny J, Kopac CA. Skin tears in institutionalized elderly: an epidemiological study. Ostomy Wound Manage 1998;44(3A suppl):14S-25S.
Everett S, Powell T. Skin tears - the underestimated wound. Primary Intent 1994;2:8-30.
White M, Karam S, Cowell B. Skin tears in frail elders: a practical approach to prevention. Geriatric Nurs 1994;15:95- 9.
Mason SR. Type of soap and the incidence of skin tears among residents of a long-term care facility. Ostomy Wound Manage 1997;43(8):26-30. Revisão
Carville K, Lewin G. Caring in the community: a wound prevalence study. Primary Intent 1998;6:54-62.
Carville K, Smith JA. Report on the effectiveness of comprehensive wound assessment and documentation in the community. Primary Intent 2004;12:41-8.
McErlean B, Sandison S, Muir D, Hutchinson B, Humphreys W. Skin tear prevalence and management at one hospital. Primary Intent 2004;12:83-8.
Morey P, Young J, Nikoletti S. The prevalence of skin tears within a Western Australian acute care setting. In: AWMA 2004. 5th National Conference: Celebrating 10 years, reflection and evolution. Hobart, Tasmania 2004.
Selden S, Cowell B, Fenno J. Skin tears: recognizing and treating this growing problem. Skin Aging 2002;10:55-60.
O’Regan A. Skin tears: a review of the literature. World Counc Enteros Ther J 2002;22(2):26-31.
LeBlanc K, Christensen D, Orsted HL, Keast DH. Prevention and treatment of skin tears. Wound Care Canada 2008;6(1):14- 32.
Edwards H, Gaskill D, Nash R. Treating skin tears in nursing home residents: a pilot study comparing four types of dressings. Int J Nurs Prac 1998;4:25-32.
Morey P. Skin tears: a literature review. Primary Intention 2007;15(3):122-29.
Meuleneire F. Using a soft silicone-coated net dressing to manage skin tears. J Wound Care 2002;11(10):365–9.
Bank D, Nix D. Preventing skin tears in a nursing and rehabilitation center: an interdisciplinary effort. Ostomy Wound Manage 2006;52(9):38–46.
ECRI, ISMP. Skin tears: the clinical challenge. Patient Safety Advisory 2006;3(3):2,5-10.
White W. Skin tears: a descriptive study of the opinions, clinical practice and knowledge base of RNs caring for the aged in high care residential facilities. Primary Intention 2001;9(8):138-49.
Henderson V. Treatment options for pretibial lacerations. J Wound Care 2007;34(35 suppl):S22-S26.
Battersby L. Best practice in the management of skin tears in older people. Nurs Times 2009;105(16), early online publication. Disponível em: www.nursingtimes.net em 10 de julho de 2009.
Krasner D. An approach to treating skin tears. Ostomy Wound Manage 1991;32:56-8.
Ayello EA, Sibbald RG. Preventing pressure ulcers and skin tears. In: Capezuti E, Zwicker D, Mezey M, Fulmer T, editor(s). Evidence-based geriatric nursing protocols for best practice. 3rd ed. New York (NY): Springer Publishing Company; 2008 Jan. p. 403-29.
LeBlanc K, Baranoski S. Prevention and management of skin tears. Adv Skin Wound Care 2009;22:325-32; quiz 333-4.
Dunkin CSJ et al. A step by step guide to classifying and managing pretibial injuries. J Wound Care 2003;12(3):109- 11.
Beldon P. Classifying and managing pretibial lacerations in older people. Brit J Nurs 2008;17(11 suppl):S4-S18.
Beldon P. Management options for patients with pretibial lacerations. Nurs Standard 2008;22(32):53-60.
Skin Tear Audit Research. STAR: skin tear tool. Silver Chain Nursing Association and School of Nursing and Midwifery, Curtin University of Technology 2010. Curtin, Australia. Disponível em: http://www.silverchain.org.au/Documents/ Research/Articles/STAR%20Skin%20Tear%20Tool.pdf em 1 de julho de 2010.
Carville K, Lewin G, Newall N, Haslehurst P, Michael R, Santamaria N, Roberts P. STAR: a consensus for skin tear classification. Primary Intention 2007;15(1):8-25.
Xiaoti Xu BS, Kwan Lau MD, Breena R, Taira MD, Adam JS. The current management of skin tears. Am J Emerg Med 2009; 27:729–33.
Birch S, Coggins T. No-rinse, one-step bed bath: the effects on the occurrence of skin tears in a long-term care setting. Ostomy Wound Manage 2003;49(1):64-7.
Ratliff CR, Fletcher KR. Skin tears: a review of the evidence to support prevention and treatment. Ostomy Wound Manage 2007;53(3):32-4,36,38-40.
Meuleneire F. The management of skin tears. Nurs Times 2003;99(5):69-71.
Bolhuis J. Evidence-based skin tear protocol. Long Term Living 2008. Disponível em www.ltlmagazine.com em 28 de abril de 2009.
ECRI, ISMP. Sample police on skin tear management. Patient Safety Advisory 2006.
Joanna Briggs Institute Best Practice. Topical skin care in aged care facilities. Best Practice 2007; 11(3):1-4.
Reddy M. Skin and wound care: important considerations in the older adult. Adv Skin Wound Care 2008;21(9):424-36.
Roberts MJ. Preventing and managing skin tears: a review. J Wound Ostomy and Continence Nurs 2007;34(3):256-9.
Groom M, Shannon RJ, Chakravarthy D, Fleck CA. An evaluation of costs and effects of a nutrient-based skin care program as a component of prevention of skin tears in an extended convalescent center. J Wound Ostomy Continence Nurs 2010;37(1):46-51.
Brillhart B. Pressure sore and skin tear prevention and treatment during a 10-month program. Rehabil Nurs 2005;30(3):85-91.
Lamyman MJ et al. Delays to the definitive surgical management of pretibial lacerations in the elderly. J Wound Care 2006;15(9):422-4.
Ireland C. Pretibial lacerations: management and treatment in the emergency department. Emerg Nurse 2007;14(9):18-25.
Reynolds T, Cole E. Techniques for acute wound closure. Nurs Standard 2006;20(21):55-64.
Nazarko L. Preventing and treating skin tears. Nurs Residential Care 2005;7(12):549-50.
Hollinworth H. The management of patients’ pain in wound care. Nurs Standard 2005;20(7):65-73.
Baranoski S. Skin tears: staying on guard against the enemy of frail skin. Nursing 2003;30(9):41-6; quiz 47.
Baranoski S. How to prevent and manage skin tears. Adv Skin Wound Care 2003;16(5):268-70.
Camp-Sorrell D. Skin tears: what can you do? Oncology Nursing Forum 1991;18(1):135.
ECRI, ISMP. Sample police on skin tear treatment. Patient Safety Advisory 2006.
Sibbald RG, Krasner DL, Lutz J. SCALE: skin changes at life’s end: final consensus statement: October 1, 2009. Adv Skin Wound Care 2010;23:225-36; quiz 237-8.
Farion KJ, Russell KF, Osmond MH, Hartling L, Klassen TP, Durec T, Vandermeer B. Tissue adhesives for traumatic lacerations in children and adults. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 3, Art. No. CD003326. DOI: 10.1002/14651858.CD003326.pub3
McKirdy L. Management of pretibial lacerations. J Community Nurs 2000;14(11): 33-8.
Singer AJ, Quinn JV, Clark RE, Hollander JE. Closure of lacerations and incisions with octylcyanoacrylate: a multicenter randomized controlled trial. Surgery 2002;131(3):270-6.
Eaglstein WH, Sullivan TP, Giordano PA, Miskin BM. A liquid adhesive bandage for the treatment of minor cuts and abrasions. Dermatol Surg 2002;28(3):263-7.
Bhende S, Rothenburger S, Spangler DJ, Dito M. In vitro assessment of microbial barrier properties of Dermabond topical skin adhesive. Surg Infect 2002;3(3):251-7.
Singer AJ, Nable M, Cameau P, Singer DD, McClain SA. Evaluation of a new liquid occlusive dressing for excisional wounds. Wound Repair Regen 2003;11(3):181-7.
Milne CT; Corbett LQ. A new option in the treatment of skin tears for the institutionalized resident: formulated 2- octylcyanoacrylate topical bandage. Geriatric Nursing 2005,26(5):321-5. 60. Silk J. A new approach to the management of pretibial lacerations. Injury 2001;32:373-6. 61. Sutton R, Pritty P. Use of sutures or adhesive tapes for primary closure of pretibial lacerations. Brit Med J (Clinical research ed.) 1985;290:1627. 62. Kennedy-Evans KL. An innovative solution for skin tears: a case study. Ostomy Wound Manage 2004;50(2):9-10. 63. Fleck CA. Preventing and treating skin tears. Adv Skin Wound Care 2007;20(6):315-20.