Resumo de Dissertação

Authors

  • Rita de Cássia Toledo Pinto Enfermeira estomaterapeuta. Chefe da Unidade de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
  • Wilson Jacob Filho Médico especialista em gerontologia. Professor Titular da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP

Abstract

Ocorrências de Úlcera por Pressão
em Idosos Hospitalizados

A ocorrência de úlcera por pressão (UP) é um dos maiores problemas encontrados nos idosos hospitalizados, decorrente das alterações da senescência associadas à agressão da senilidade. O objetivo deste estudo foi identificar, entre os idosos admitidos numa enfermaria geriátrica, o risco e a ocorrência de UP durante a internação. Trata-se de um estudo prospectivo longitudinal com abordagem quantitativa, realizado na enfermaria de geriatria de um hospital de ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade. A amostra constou de 42 idosos que permaneceram internados por, no mínimo, 48 horas e aceitaram participar do estudo, com idade variando de 60 a 97 anos, com média de 79,2±9,5 e predomínio do sexo feminino (61,9%) e raça branca (76,1%). A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora e por dois enfermeiros colaboradores. Os dados foram obtidos através de entrevista dirigida, de exame físico e análise de prontuários. Os idosos incluídos foram avaliados três vezes por semana até a alta, transferência ou óbito. Os dados foram analisados através dos testes t-Student; de Mann- Whitney e exato de Fisher. Encontrou-se uma incidência de UP de 16,7% (7 idosos). Segundo a escala de Braden, para avaliação do risco de UP, 33 (78,6%) foram identificados com risco, estratificados em risco baixo (26,2%), moderado (28,6%), elevado (19,0%) e muito elevado (2,4%). Nos 7 idosos desenvolveram-se 11 UPs, predominando os que desenvolveram apenas uma UP (5/71,4%) e, a maioria no estágio II ou III, de localização sacral. A funcionalidade, avaliada pela escala de atividades básicas de Katz, mostrou idosos parcialmente dependentes para o auto cuidado (Katz 11,8±5,2), nitidamente mais comprometida entre os que desenvolveram UP (16,7±2,1). O miniexame do estado mental (MEEM) mostrou média de 16,1±9,4, revelando uma população com algum comprometimento cognitivo, embora sem significância para o desenvolvimento de UPs. Clinicamente, também não foi encontrada correlação do desenvolvimento de UP com os diagnósticos clínicos médicos ou com o índice de gravidade de Charlson. Apenas o baixo nível de colesterol apresentou uma tendência (p<0,10) de correlação com as UPs. Houve associação do desenvolvimento de UP com Braden (total) (p=0,036), e as subescalas Atividade (p=0,042) e Cisalhamento (p=0,010) e uma tendência de associação com Percepção (p=0,053), Umidade (p=0,091) e Mobilidade (p=0,063). A associação com os fatores de risco do diagnóstico de enfermagem “risco de integridade de pele prejudicada”, segundo a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), obteve-se pmarginal para Cisalhamento, Imobilização e Proeminência. Em conclusão, o conhecimento sobre a incidência e riscos de UP, decorrentes de um método adequado para a sua avaliação, favorecem a criação e implementação de protocolos de prevenção e intervenção precoces no gerenciamento da UP na população idosa hospitalizada.  
Descritores: úlcera de pressão; idoso; fatores de risco; hospitalização; gerontologia; enfermagem.


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Published

2010-09-01

How to Cite

1.
Pinto R de CT, Filho WJ. Resumo de Dissertação. ESTIMA [Internet]. 2010 Sep. 1 [cited 2024 Dec. 22];8(3). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/282

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