Artigo Original 2

Authors

  • Elizabete Cazzolato Ferreira Enfermeiras pós-graduadas em estomaterapia pela Universidade de Taubaté.
  • Flávia Christina de Campos Guimarães Enfermeiras pós-graduadas em estomaterapia pela Universidade de Taubaté.
  • Sônia Maria Pereira da Silva Enfermeiras pós-graduadas em estomaterapia pela Universidade de Taubaté.
  • Ana Maria M. Panza Professora Doutora em Enfermagem, docente da Disciplina de Metodologia Científica do Curso de Especialização em Enfermagem em Estomaterapia da Universidade de Taubaté.

Abstract

Percepção das Mulheres Sobre a Incontinência Urinária e Sua Influência Nas Atividades Diárias: Estudo em um Ambulatório de Uro- Ginecologia de um Hospital Público da Cidade de São Paulo

ResumoEste estudo teve como objetivo identificar a percepção de mulheres de um ambulatório de uro-ginecologia, com queixa de perda urinária e seus efeitos e interferências na sua vida diária. A idade das 35 pacientes variou entre 34 e 80 anos. Todas referiram apresentar o problema há mais de um ano e ter uma ou mais atividades diárias e de lazer comprometidas pela incontinência urinária (IU). Foram citadas alterações no trabalho (21 ou 60%), nos passeios (27 ou 77,1%), nos exercícios físicos (28 ou 80%) e nas relações sexuais (14 ou 40%). A estratégia mais utilizada para minimizar os efeitos da IU foi o uso de forro e/ ou absorvente higiênico (28 ou 80%). Pode-se concluir que a IU acarreta efeitos e interferências na sua vida, seja na realização de atividades diárias, como também nas de lazer e alterações dos relacionamentos pessoal e social, não havendo associação direta entre a IU e fatores sócio-demográficos.Palavras-chave: Incontinência urinária. Mulheres. Assistência de enfermagem.AbstractThis study it had as objective to identify the perception of women with complaint of urinary loss, its effect and interferences in the daily activities of an uro-gynecology clinic. The age of the 35 patients varied between 34 and 80 years. All related to present the problem more than the one year and to have one or more daily activities and of leisure compromised by the urinary incontinence (UI). Alterations in work (21 or 60%), had been cited in strolls (27 or 77.1%), in physical exercises (28 or 80%) and in sexual relations (14 or 40%). The strategy more used to minimize the effect of the UI was the use of lining and or hygienic absorbent (28 or 80%). It can be concluded that UI causes effect and interferences the activities of life, either in the accomplishment of daily activities as also in the ones of leisure and alterations of the relationships personal and social, and it did not have direct association between the UI and social-demographic factors.Key words: Urinary incontinence. Women. Nursing of assistence.IntroduçãoA IU é a queixa de qualquer perda involuntária de urina1 e está associada a condições de desconforto e até mesmo a sentimentos de incapacidade, podendo influenciar no estado físico, psicológico e relacionamento social. A IU de esforço na mulher, determina significativas mudanças nas atividades de vida, sendo responsável pelo aumento da incidência de distúrbios psicossociais e sexuais, como perda da auto-estima e depressão2.Nos Estados Unidos da América, aproximadamente 13 milhões de adultos já tiveram algum episódio de IU, entre os quais, 11 milhões (85%) são mulheres. A experiência com episódios de perda urinária é uma condição que não prevalece somente em mulheres idosas, mas também acomete mulheres jovens e na meia idade3.Em muitos casos, a IU é vista como um processo natural do envelhecimento, porém, ela é um estado anormal e que pode ser resolvido ou melhorado4. Isto explica porque a IU muitas vezes não é o motivo da procura inicial por um serviço de saúde e acaba sendo tratada tardiamente.O primeiro passo é reconhecer a IU como um problema a ser tratado e depois procurar formas para resolvê-lo e / ou amenizá-lo. Ao chegar num ambulatório de ginecologia ou urologia, a mulher cria expectativas de melhorar sua condição, mas necessita saber que, dependendo do caso, o seu tratamento também depende do seu empenho. O sucesso do tratamento está na motivação e comprometimento para realização dos exercícios5. Atualmente, existem tratamentos cirúrgicos, farmacológicos e também conservadores, estes últimos podem ser realizados por enfermeiros capacitados, enfermeiros especialistas em estomaterapia e fisioterapeutas, por meio de exercícios como o biofeedback, a cinesioterapia e a eletroestimulação.No contexto da IU, muitos questionários foram desenvolvidos para permitir o levantamento de dados e uma assistência mais rápida e direcionada às mulheres com IU, que contém dados sobre o impacto geral da saúde e o impacto da IU na vida das mulheres incontinentes (estilo de vida, limitação física, limitação social, relacionamento pessoal, emoções e sono)6. Há um crescimento mundial da preocupação em se avaliar a influência da doença no contexto da saúde, não somente para fornecer dados mais consistentes mas, também, para que os resultados levem ao aprimoramento da assistência prestada7.Todas essas considerações suscitaram as seguintes questões norteadoras deste trabalho: qual a percepção das mulheres com IU cadastradas em um ambulatório de ginecologia de um Hospital Público da cidade de São Paulo sobre este problema ou diagnóstico? As manifestações (sinais e sintomas) decorrentes da IU interferem na sua vida ou no cotidiano dessas mulheres? Que atividades diárias e de lazer ficam comprometidas devido a IU? Assim, o presente estudo procurou identificar a percepção dessas mulheres sobre a IU (diagnóstico e tratamento da doença) e os efeitos (interferências) da mesma na sua vida (atividades, relacionamento/comportamentos).Com estas informações, acredita-se ser mais fácil estabelecer metas para uma assistência de enfermagem efetiva e focada na reabilitação da mulher.Objetivos• Caracterizar a percepção das referidas mulheres quanto à forma que encaram a IU e seu tratamento;• relacionar os efeitos e manifestações decorrentes da IU que interferem negativamente na vida dessas mulheres;•caracterizar as atividades diárias e de lazer comprometidas pela IU.Casuística e MétodoTrata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, que teve como campo de estudo o ambulatório de uro-ginecologia de um hospital geral público da cidade de São Paulo, com capacidade para 900 leitos e ambulatórios de diversas especialidades. O método de pensamento científico adotado foi do tipo indutivo.A amostra foi constituída por 35 mulheres com queixa de perda urinária que passaram no ambulatório de uro-ginecologia durante o período de 12 de janeiro a 12 de fevereiro de 2007. Foram selecionadas aquelas que relataram queixa de perda involuntária de urina para o médico durante a consulta e que aceitaram participar do estudo.Foram seguidos todos os aspectos legais e éticos relacionados às normas regulamentadoras de pesquisa com seres humanos8. Inicialmente, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Taubaté (Protocolo CEP / UNITAU nº 346/06) sendo enviado um ofício solicitando autorização da instituição para realização da pesquisa, que foi autorizada pelo administrador por meio do Termo de Autorização da Instituição e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.Em seguida, o grupo iniciou a coleta de dados, sendo utilizada a técnica de observação direta intensiva, por meio de entrevista com as referidas pacientes (por meio da qual foram investigados profissão, naturalidade, estado civil, idade, raça, número de filhos, tipos de parto, doenças associadas, tempo de perda urinária, identificação da perda urinária como um problema de saúde tratável, sinais e sintomas da IU, atividades do cotidiano e de lazer que sofrem interferência da IU, estratégias utilizadas para manejo da IU e tratamentos conhecidos), em consultórios do ambulatório, reservados para tal, a fim de permitir a privacidade da entrevistada.Resultados e DiscussãoO impacto social e higiênico exercido pela IU é importante, e tentar estabelecer um parâmetro para avaliação de suas conseqüências é uma tentativa de propiciar maior entendimento do problema e das estratégias e recursos disponíveis para evitar ou diminuir essa condição.Verificou-se que das 35 pacientes pesquisadas, a maioria (21 ou 60%) é natural ou reside atualmente no estado de São Paulo, (29 ou 82,9%) são brancas e (15 ou 42,8%) estão numa faixa etária acima de 60 anos, embora tenha surpreendido o fato de 12 pacientes (34,3%) com queixa de perda urinária apresentarem idade inferior a 50 anos. A idade variou de 34 a 80 anos, com média de 57,1 anos e desvio padrão 13,47.Em qualquer faixa etária, existe uma série de fatores que influenciam a continência urinária além da integridade do trato urinário. Entre elas: alterações da motivação, da destreza manual, da mobilidade, da lucidez e da existência de doenças associadas4.Verificamos que, quanto à profissão, a maioria das pacientes entrevistadas 21 (60%), encontra-se em atividade produtiva, com ocupação em trabalhos formais (professora, auxiliar de serviços gerais, costureira, cabeleireira, agente escolar, papiloscopista, chefe de seção, agente escolar, técnica de enfermagem, auxiliar judiciário); nove pacientes (25,7%) exercem atividades domésticas e cinco (14,3%) são aposentadas.Um número significativo (40%) não exerce atividade profissional fora de casa (14 pacientes se dizem aposentadas ou do lar), fato que, segundo elas, minimiza os transtornos relacionados à IU, pela disponibilidade de banheiro. Mas 21 (60%) pacientes trabalham fora de casa e não dispõem da mesma facilidade, o que as leva a sentir com maior intensidade os efeitos negativos da IU em suas atividades cotidianas.No que se refere à naturalidade, a maioria (21 pacientes, 60%) é do estado de São Paulo, sendo que nove pacientes (25,7%) são do interior de São Paulo e 12 pacientes (34,3%) da capital. As demais 14 (40%) referem procedência de outros estados.Das 35 pacientes entrevistadas com queixa de perda urinária, 29 eram brancas, representando 82,9%. Três pacientes (8,6%) eram pardas e outras três (8,6%), negras. Quanto ao estado civil, observamos que 22 pacientes (62,9%) eram casadas e oito (22,9%) eram viúvas. Houve 2 pacientes (5,7%) solteiras e 3 pacientes (8,5%) divorciadas.Como estas medidas constituem uma noção abstrata, elas podem ser avaliadas apenas em termos de percepção do sofrimento individual ou das conseqüentes restrições impostas às atividades diárias9. O mesmo problema pode afetar os pacientes de formas diferentes, refletindo não só a gravidade da afecção, mas também influindo no modo como elas são encaradas10.Com relação ao número de filhos, 23 (65,7%) pacientes referiram ter de dois a três filhos. É importante ressaltar que três pacientes (8,6%) não tiveram filhos e nenhuma paciente relata ter mais de cinco filhos. Uma prevalência maior de IU parece estar associada ao número de partos realizados11e há trabalhos onde o índice de IU em nulíparas de 36 a 46 anos foi de 5,5%11.Do total de 101 partos relatados pelas 35 pacientes entrevistadas, a grande maioria foi vaginal (72 partos, representando 71,3%). O parto tipo cesariana representou 18 (17,9%) dos partos sendo que em cinco (4,9%) foi utilizado o fórceps.A paridade é um dos fatores que parece ter sido mais diretamente correlacionado a IU, acreditando-se ser causada por uma combinação de fatores hormonais e, principalmente mecânicos10. Este fato leva a concordância dos autores do estudo atual, quanto à necessidade de intervenções de caráter preventivo durante a gestação, após o parto e no climatério, incluindo as mudanças de hábito e comportamento.Com relação à ocorrência de doenças, 20 pacientes (48% das entrevistadas) referem ser hipertensas e seis (14,6%) serem diabéticas. Sabe-se que as substâncias que contribuem para incontinência incluem: inibidores da enzima conversora da angiotensina, por produzirem tosse crônica em 15% das mulheres, diuréticos e medicamentos a base de litium pelo aumento da ingestão hídrica. O diabetes mellitus mal controlado e o diabetes insipidus podem levar a um aumento do débito urinário, superando os mecanismos normais de continência12.A maior parte das entrevistadas (24 pacientes - 68,6%) relata que sofre com IU de um a cinco anos e 16 das pacientes (45,7%) consideram moderada a quantidade de urina perdida involuntariamente. Existem relatos de que quanto maior o volume de urina perdido, maior é a implicação negativa da IU3.O tempo de demora para procurar a assistência médica é geralmente maior que um ano, o que vai ao encontro do que dizem os estudos3,4 que se referem ao entendimento da IU como um problema, muitas vezes encarado erroneamente como inerente ao processo de envelhecimento, percepção essa que retarda ou anula a procura por assistência médica.Esse dado é, ainda, fortalecido na evidência de que todas as pacientes pesquisadas no presente estudo consideram a perda de urina um problema a ser tratado e a maioria 26 (74,3%), afirma ter vindo ao ambulatório de uroginecologia por esse motivo, embora cinco (14,3%) delas referem o problema há mais de dez anos.Os sintomas mais freqüentes encontrados nesse estudo foram de incontinência urinária aos esforços e de incontinência urinária mista, ambos relatados por 16 (28,6%) pacientes. A perda involuntária noturna de urina foi relatada por dez mulheres (17,8%) e nove (16,1%) referiram perder urina inconscientemente. A queixa de urgência miccional foi citada por quatro pacientes (7,1%). Algumas pacientes relatam sofrer de mais de um sintoma de perda urinária.Durante o trabalho de validação do “King’s Health Questionnaire” em mulheres brasileiras com IU13, 11,1% das pacientes incluídas na fase de avaliação tinham o diagnóstico de incontinência urinária mista e 83,4% apresentavam incontinência urinária de esforço. Outros autores14, 15 referem que a incontinência urinária de esforço genuína é responsável por 60% dos casos de IU feminina e que a perda urinária leve ou moderada associada a manobras provocativas como tosse, riso ou espirro é a mais comum, constituindo de 90 a 95% dos casos de incontinência urinária de esforço.No presente estudo, buscou-se descobrir em que aspectos do cotidiano dessas mulheres a IU interfere, ou seja, onde o seu impacto é sentido com maior intensidade.De acordo com a Tabela 1, observa-se que 21 (60%) delas sentem seus efeitos no trabalho, o que coincide com o número de mulheres que saem de casa para trabalhar e 22 (62,8 %) não conseguem esperar em filas de banco ou supermercado. No que diz respeito ao lazer, 21 (60%) pacientes não freqüentam cinema, 22 (62,8 %) não comparecem a festas, 26 (74,3%) evitam fazer viagens e compras e 27 (77,1%) não saem para passear. Quanto à prática de atividade física, 28 (82,8%) referem que a IU não permite a prática de exercícios e 25 (71,4%) referem que não realizam caminhadas.Tabela02Em relação à atividade sexual, 14 (40%) se queixam que a perda urinária atrapalha sua vida sexual com seu companheiro. Vale ressaltar que para 12 (28,5%) das participantes, essa condição não se aplica, pois as mesmas se dizem inativas sexualmente. Apenas uma paciente referiu ter perda urinária durante o intercurso sexual, porém o relato das demais quanto à interferência da IU durante o ato sexual, pode estar relacionado ao medo de perder urina neste momento ou ao constrangimento em assumir esse problema.Uma pesquisa sobre as restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher revelou que 15,2% referiram que a IU interferia no seu desempenho profissional, 33,5% admitiu restrição social (ir a festas, ao clube, fazer viagem longa, freqüentar a igreja e participar de atividades físicas como caminhar, correr ou dançar) e a interferência na vida sexual foi citada por 40% das mulheres incontinentes3.Ao abordarem-se as estratégias utilizadas para o manejo da IU ou contenção da urina, a mais prevalente foi o uso de absorventes/forros, relatada por 28 (80%) das entrevistadas, e houve o relato de uma paciente que fazia uso de fraldas. A preocupação em esvaziar a bexiga antes de sair de casa e fazer restrição hídrica também foi verificada em 27 pacientes (77,1%) e 16 (45,7%), respectivamente. Quando saem, 16 mulheres (45,7%) levam consigo roupas para serem trocadas ou 8 pacientes (22,8%) usam sempre roupas escuras.Muitas mulheres tentam solucionar ou pelo menos amenizar os problemas com a perda urinária11. Há estudos11,13 que mostram que cerca de 55% das mulheres usam absorventes, 42% procuram certificar-se da existência de banheiros nos locais que freqüentarão, 28% tentam evitar a perda de urina modificando o padrão miccional (como esvaziar a bexiga antes de sair de casa), 16% modificam esse padrão por alteração da dieta ou pela diminuição da ingestão hídrica.Quando questionadas sobre quais formas de tratamento para IU que conheciam, as variáveis foram: cirurgia (freqüente 18 vezes ou em 43,9% das respostas), medicamentos (8 respostas ou 19,5%), atividade física (citada quatro vezes ou 9,8%) e exercícios para o fortalecimento do soalho pélvico / cinesioterapia / eletroestimulação (com três respostas; 7,3%).Verificou-se também que sesete ou 17,1% das pacientes não conheciam nenhum tipo de tratamento para incontinência urinária. Este dado é citado também por Fonseca et al que diz ser freqüente o relato de mulheres que nunca havia procurado o serviço de saúde para tratar da incontinência por desconhecer que a mesma o possui13.Embora o procedimento cirúrgico tenha sido a forma de tratamento mais conhecida pelas pacientes que participaram do estudo (18 vezes - 43,9%), ele é um método que possui indicações específicas. Existe referência de que este é um tratamento indicado quando a IU é causada por anormalidades anatômicas e fisiológicas5 e, freqüentemente, mesmo quando indicado corretamente, apresenta resultados pós-operatórios inadequados ao não corrigir totalmente ou definitivamente a perda de urina15.O tratamento conservador é muito pouco conhecido entre as mulheres com IU entrevistadas, representando sete respostas (17,1%) em relação a exercícios físicos e para fortalecimento do soalho pélvico. Mesmo as que relataram conhecer os exercícios, não tinham conhecimento sobre técnicas ou princípios do tratamento.ConclusõesA percepção das mulheres pesquisadas sobre seu problema de saúde, demonstra que:• a IU acarreta efeitos e interferências na sua vida, seja na realização de rotinas diárias como também nas atividades de lazer e alterações dos relacionamentos pessoal e social (comportamentos);• quanto maior o número de limitações impostas pela incontinência urinária nas atividades diárias das pacientes, maior é o seu impacto, embora as mulheres com idade mais avançada tenham demonstrado tolerar melhor o problema ou se adaptar mais facilmente às estratégias de manejo da mesma;• os aspectos do cotidiano dessas mulheres que mais sofrem interferências da IU são aqueles que exigem esforço (como a realização de atividades físicas, caminhadas e relação sexual) e/ou as situações em que não há disponibilidade de banheiros (como passeios, viagens, compras, participação em festas, espera em filas, trabalho e cinema).Considerações FinaisA IU gera muitas mudanças de hábito na vida dos indivíduos, causando isolamento social e, conseqüentemente, acarretando sentimentos de tristeza, marginalização, ansiedade e perda da auto-estima.Pelo grande impacto da IU na vida dessas pacientes, o profissional de saúde deve comprometer-se não só com o seu tratamento, mas principalmente na orientação das mesmas, visando reintegrá-las à sociedade e favorecer uma vida mais produtiva e feliz.Conhecer o perfil das mulheres com perda urinária e mensurar o impacto da IU no seu cotidiano, é uma prática que deve ser estimulada entre os profissionais de saúde, uma vez que representa uma estratégia de vital importância para o reconhecimento e entendimento da amplitude do problema e para a efetividade do tratamento, além de fornecer subsídios para o desenvolvimento de estratégias assistenciais mais fundamentadas e humanizadas. 


Downloads

Download data is not yet available.

References

Abrams P, Cardoso, L, Fall M, Griffths D, Rosier P. A. Padronização da terminologia da função do trato urinário inferior: relato do Subcomitê de Padronização da Sociedade Internacional de Continência. Urodinâmica & Uroginecologia. 2003; 5 (2): 29-41.

Kawano PR, Amaro JL, Silva FS, Agostinho AD, Yamamoto HÁ, Trindade JCS. Urodinâmica convencional versus cistometria simplificada para caracterização da incontinência urinária feminina. Rev Bras Ginecol Obstet. 2004; 26 (4): 311-16.

Lopes MHBM, Higa R. Restrições causadas pela incontinência urinária à vida da mulher. Rev. Esc Enf USP. 2006; 40(1): 34-41.

Reis RB, Cologna AJ, Martins ACP, Paschoalin EL.; Jr Tucci S, Suaid HJ. Incontinência urinária no idoso. Acta Cirúrgica Brasileira. 2003; 18(5): 47-51.

Klübber L, Morigushi EH, Cruz, IBM. A influência da fisioterapia na qualidade de vida de mulheres com incontinência urinária: revisão. R Med PUC-RS. 2002; 12(3).

Kelleher CJ, Cardozo LD, Khullar V. A new questionnaire to assess the quality of life of urinary incontinent women. British Journal of Obstetrics and Gynecology. 1997; 104: 1374-9.

Yamada BFA, Santos VLCG. Conhecendo o índice de qualidade de vida de Ferrans e Powers. Revista Estima. 2006; 4(3): 42-5.

BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução 196. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília: Conselho Nacional de Saúde, 1996.

Guarisi T, Pinto Neto AM, Osis MJ, Pedro AO, Paiva LHC, Faúndes A. Incontinência urinária entre mulheres climatéricas brasileiras: inquérito domiciliar. Rev Saúde Pública USP. 2001; 35 (5): 428-35.

Feldner Jr PC, Fonseca ESM, Sartori MGF, Baracat EC, Lima GR, Girão MJBC. Síndrome da bexiga hiperativa e qualidade de vida. Revista Femina. 2005; 33(1):13-8.

Praun Jr OH, Busato Jr WFS, Praun LH. Epidemiologia da incontinência urinária. IN: Rubinstein I. Clínicas brasileiras de urologia: incontinência urinária na mulher. cap.7, p.59-

, São Paulo: Atheneu, 2001.

Almeida FG, Nesrallah LJ, Ortiz V, Sgrougi M. Incontinência urinária. Revista Brasileira de Medicina. 2006; 63 (7): 307-16.

Fonseca ESM, Camargo ALM, Castro RA, Sartori MGF, Fonseca MCM, Lima GR, Girão MJBC. Validação do questionário de qualidade de vida (King´s Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27 (5): 235-42.

Bernardes NO, Péres FR, Souza OL. Métodos de tratamento utilizados na incontinência urinária de esforço genuína: um estudo comparativo entre cinesioterapia e eletroestimulação endovaginal. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000; 22 (1): 49-54.

Ferolla EC, Santos VLCG. Incontinência Urinária de esforço: um perfil da clientela. Revista Estima. 2003; 1(1): 32-7.

Published

2016-03-23

How to Cite

1.
Ferreira EC, Guimarães FC de C, Silva SMP da, Panza AMM. Artigo Original 2. ESTIMA [Internet]. 2016 Mar. 23 [cited 2024 Nov. 22];5(2). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/29

Issue

Section

Article