Resumo de Dissertação - Cicatrização da Úlcera por Pressão Experimental com Fumaça de Moxa Palito de Artemisia Vulgaris em Camundongos
Abstract
Úlcera por pressão (UP) é uma lesão comum entre idosos e indivíduos com mobilidade física prejudicada. Ela afeta a qualidade de vida dos indivíduos e gera custos consideráveis, uma vez que está se tornando um problema mundial crescente, devido ao envelhecimento da população. Ciclos de isquemia e reperfusão têm sido identificados como fatores causais primários, mas existem outros fatores que influenciam a intensidade dos danos. Atualmente, não existe um método eficaz e de baixo custo para tratar esta condição. O uso clínico da fumaça de Artemisia vulgaris (FAV) para o tratamento de lesões na pele de diversas origens está descrito na literatura. Entretanto é pouco documentado e atualmente nada foi descrito em modelos experimentais de ulcera por pressão a respeito da sua atividade cicatrizante, bem como o seu efeito tóxico. Dessa forma objetivou-se investigar o perfil toxicológico e o efeito cicatrizante da aplicação tópica da fumaça de Artemisia vulgaris em modelo de úlcera por pressão em camundongos. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética (89/2011). Foi utilizado um modelo não-invasivo de UP em camundongos Swiss machos, que consiste em 4 ciclos de isquemia e reperfusão através da colocação de dois ímãs na superfície da pele dorsal. Cinco grupos experimentais foram testados: (1): com úlcera e sem tratamento, (2): com úlcera e FAV tópico, (3): com úlcera, FAV tópica e filme de poliuretano, (4): com úlcera e tratado com hidrogel e filme de poliuretano e (5) sem úlcera, e sem tratamento. A análise foi realizada nos dias 5, 7, 14 e 21 após a indução da úlcera. Foram avaliados parâmetros macroscópicos de cicatrização através da escala EWAT (Experimental Wound Assessment Tool – Instrumento de avaliação de ferida experimental), área da ferida e porcentagem de contração. Nos parâmetros microscópicos foram avaliados a análise histopatológica, a espessura da camada de colágeno e densidade de colágeno na derme, a contagem de fibroblastos e fibrócitos e a medição da espessura da epiderme. Avaliação da imunomarcação para iNOS e nitrotirosina e ensaio de malondialdeído (MDA) foi realizado para investigar o stress oxidativo. Testes toxicológicos com parâmetros hematológicos, bioquímicos, histopatológicos e comportamentais foram realizados em animais tratados com FAV. Resultados: a FAV não mostrou toxicidade nos parâmetro avaliados. Em todos os resultados a FAV + filme transparente foi melhor do que a FAV. EWAT macroscópica e escores inflamatórios mostraram diferenças significativas entre o grupo tratado, FAV + filme de poliuretano e grupo controle (p <0,01). Área contração da ferida foi aumentada em no grupo FAV grupo + filme de poliuretano, por 99,62% (84,65% vs, controle), bem como a contagem de fibroblastos (112,7 ± 7,9 vs 80,0 ± 6,4; controle, p < 0,01) e densidade de colágeno (33,9% ± 6,6 vs 20,9 ± 8,6%, controle, p <0,01). FAV + filme de poliuretano aumentou a espessura da epiderme (113,2 ± 18,1 vs 52,1 ± 8,9, controle p <0,01) e também a contagem do número de vasos sanguíneo no tecido conjuntivo (142,3 ± 15,1 vs 68, 5 ± 8,6; controle, p <0,01). O número de células marcadas para iNOS e nitrotirosina, foi reduzido no grupo FAV + filme de poliuretano (601,5 ± 94,0 vs 95,7 ± 2005,0, controle, iNOS e 666,0 ± 142,4 vs 1877,2 ± 133, 8; controle, nitrotirosina, p <0,01). O MDA também foi reduzido pelo tratamento com FAV + filme de poliuretano (0,08 ± 0,03 vs 0,3 ± 0,05; controle, p <0,05). Concluímos que a aplicação tópica da FAV não produziu efeito tóxico e acelerou a cicatrização de feridas possivelmente por propriedades antioxidantes. O uso do filme de poliuretano intensificou a ação da FAV.Descritores: Cicatrização. Úlcera por Pressão. Artemísia.Downloads
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Published
2014-12-01
How to Cite
1.
Lima R de O, Vale ML. Resumo de Dissertação - Cicatrização da Úlcera por Pressão Experimental com Fumaça de Moxa Palito de Artemisia Vulgaris em Camundongos. ESTIMA [Internet]. 2014 Dec. 1 [cited 2024 Dec. 22];12(4). Available from: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/344
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