Artigo Original 2 - Avaliação do Conhecimento dos Enfermeiros sobre o Cateterismo Intermitente Limpo em um Hospital Escola da Cidade do Recife
Abstract
ResumoEste estudo teve por objetivo avaliar o conhecimento dos enfermeiros acerca da técnica do cateterismo intermitente limpo (CIL) em um hospital-escola da cidade do Recife. Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada entre os meses de outubro a dezembro de 2010, com dez enfermeiros lotados em enfermarias de clínicas cirúrgicas (adulto e pediátrica). Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, utilizando-se um formulário previamente elaborado. O projeto foi aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Dos entrevistados, todas eram mulheres, com idade inferior a 30 anos, procedentes da cidade do Recife. Destas, metade tinha tempo de formação de cinco anos ou mais e nove possuíam curso de especialização. A maioria (8) informa um conhecimento restrito sobre o cateterismo intermitente limpo e dessas quatro não utilizam a técnica do CIL porque não a conhecem. Das pesquisadas, todas afirmam conhecer que o CIL melhora a qualidade de vida. Neste estudo, observou-se um déficit de conhecimento sobre a técnica CIL entre os profissionais envolvidos nesse contexto e, conseqüentemente, na orientação dessa prática aos pacientes que necessitam de auxílio na sua execução.Descritores: Cateterismo urinário. Conhecimento. Cuidados de Enfermagem.AbstractThe aim of this study was to assess nurses’ knowledge of the clean intermittent catheterization (CIC) technique in a university hospital in Recife, Brazil. This was a descriptive study conducted between October and December 2010 with ten nurses from pediatric and adult surgical units. Data were collected through a questionnaire that was administered as an interview. The study was approved by the Research Ethics Committee of the “Professor Fernando Figueira” Institute for Integrative Medicine . All respondents were women, younger than 30 years of age, and living in Recife. Five (50%) nurses had been graduated for five years or more and 9 (90%) had specialization. Most nurses (80%) reported no or limited knowledge of CIC and 40% of those did not use the technique because they had no information about it. All respondents reported knowing that CIC improves quality of life. Our results revealed a lack of knowledge about the CIC technique among health care professionals, negatively affecting the quality of the instructions provided to patients who need assistance in performing the procedure.Descriptors: Urinary catheterization. Knowledge. Nursing Care.ResumenEl presente estudio tuvo como objetivo evaluar el conocimiento de las enfermeras sobre la técnica de cateterización intermitente limpia en un hospital docente en Recife. Se trata de un estudio descriptivo, realizado entre octubre y diciembre del 2010 con diez enfermeros del servicio de cirugía (adulto y pediatría). Los datos fueron recolectados a través de entrevistas, utilizando un formulario previamente elaborado. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética del Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. De los encuestados, todas eran mujeres; menores de 30 años, procedentes de la ciudad de Recife. De éstas, la mitad tenían cinco años a más de formación y (9) nueve poseían curso de especialización. La mayoría (8) informaron tener un conocimiento limitado sobre cateterización intermitente limpia y de éstas (4) cuatro no utilizan la técnica CIL porque no lo conocen. De las encuestadas, todas afirman conocer que el CIL mejora la calidad de vida. En este estudio, se observó un déficit de conocimientos de la técnica CIL entre los profesionales que forman parte de este contexto y; por lo tanto, en la orientación de la práctica a los pacientes que necesitan apoyo para su ejecución.Palabras-clave: Cateterismo urinario. Conocimiento. Atención de Enfermería.IntroduçãoA prática do cateterismo intermitente limpo (CIL) tem melhorado a qualidade de vida dos pacientes acometidos por desordens do aparelho urinário e pode ser empregada tanto em homens como em mulheres, independente da faixa etária, pois é um procedimento seguro, efetivo e quando bem indicado e realizado com propriedade poucas complicações são observadas.1Os profissionais de saúde especialmente a equipe de enfermagem muitas vezes não tem clareza dos critérios utilizados já que para alguns pacientes é solicitado o cateterismo intermitente com os rigores assépticos da técnica estéril (uso de luva e cateter estéril, solução tópica) outros o fazem parcialmente (apenas cateter estéril), mas alguns poucos são orientados quanto a técnica limpa (reutilização de cateteres). Mundialmente a urologia tem evoluído com impactos na pratica clinica e cirúrgica relacionada ao atendimento de pacientes com distúrbios miccionais.2 Estimular o individuo quando possível a realizar o auto cuidado se faz imprescindível, como é o caso daqueles que precisam diariamente submeter-se ao cateterismo intermitente limpo.1 A partir do principio de que cuidar do corpo humano exige necessariamente, um olhar para a total dimensão do ser, inclusive de sua essência existencial, torna-se necessário ao enfermeiro, uma maior conscientização acerca do importante papel de interferir na privacidade das pessoas dependentes das suas intervenções 3.De acordo com a Teoria de Orem (1993) é de competência do enfermeiro apoiar e ensinar os procedimentos do sistema de enfermagem que se diz respeito ao autocuidado do paciente4. Baseado nisto, cabe ao enfermeiro treinar o paciente quanto à técnica correta do autocateterismo e enfatizar a importância do esvaziamento freqüente da bexiga no horário predeterminado.Desde 1972, Lapides propôs a substituição da técnica asséptica pelo procedimento limpo. São atribuídas como vantagens o fato de que o CIL mimetiza o esvaziamento da bexiga, elimina um corpo estranho persistente, evita incontinência por transbordamento, melhora a auto-estima e dispõe a independência do paciente, torna a terapia antimicrobiana mais eficaz, permite que seja realizada no próprio domicílio, diminui complicações como a septicemia e a litíase, protege o trato urinário superior e diminui a necessidade de derivação urinária.2.A seguir, descreve-se a técnica do cateterismo intermitente limpo.Após preparar o material, deve-se:- Lavar as mãos, observando punhos, costas, frente, espaços entre os dedos, pontas de dedos e unhas.
- Lavar o pênis (higiene na glande) ou a vulva (entre pequenos e grandes lábios), com água e sabonete e secar bem.
- Colocar-se sentado e posicionar o pênis de modo a estar perpendicular ao abdômen. Para as mulheres, sentar-se com as pernas abertas e localizar com os dedos a uretra.
- Introduzir o cateter uretral no meato uretral, vagarosamente, até a saída da urina.
- Voltar ligeiramente o pênis à posição paralela ao abdômen
- Aguardar a saída de toda a urina, que deve escoar para um recipiente abaixo do nível da bexiga ou no próprio vaso sanitário.
- Retirar o cateter cuidadosamente da uretra e descartá-lo ou, no caso de reaproveitamento, laválo imediatamente.
- Medir o volume urinário (se necessário), observar cor e odor e desprezar no vaso sanitário.
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