Conhecimento de técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham em asilos de duas cidades brasileiras ( Pouso Alegre MG e Volta Redonda RJ) sobre incontinência Urinaria.

Autores

  • Claudia Regina de Souza Santos Enfermeira Estomaterapeuta do Ambulatório da Prefeitura Municipal de Pouso Alegre-MG e Responsável Técnica da Casa de Repouso Santo Expedito.
  • Sandra Cristina de Sá Portella Enfermeira Estomaterapeuta. Gerente de Enfermagem do Hospital VITA – Volta Redonda-RJ.
  • Ciliana Antero G. da S. Oliveira Enfermeira Estomaterapeuta. Docente das Faculdades Integradas Tereza D’ Ávila de Lora-SP.
  • Rogério Antunes Enfermeiro Estomaterapeuta do Hospital Sanatorinhos de Itu-SP.
  • Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Enfermeira Estomaterapeuta. Mestre em Enfermagem. Coordenadora do Curso de Especialização em Estomaterapia da Universidade de Taubaté.

Resumo

ResumoA incontinência urinaria constitui uma das causas que leva os familiares de idosos a interna-los em instituições asilares. O estudo, do tipo exploratório e descritivo objetivou identificar o grau de informação de técnicos e auxiliares de enfermagem lotados em dois asilos, uma da cidade de Volta Redonda-RJ e outro na de Pouso Alegre-MG, sobre incontinência urinaria. Para a coleta de dados, foi elaborado um instrumento, composto de dados de identificação pessoal e profissional e questões para a avaliação do conhecimento especifico. A analise de dados foi quantitativa. Como resultado infere-se que os trabalhadores de enfermagem pesquisados demonstraram possuir conhecimentos básicos sobre incontinência urinaria que, provavelmente, lhes permita prestar assistência e melhorar a qualidade de vida do idoso incontinente.Palavras Chaves: Incontinência urinaria. Idoso. Conhecimento

Knowledge of technician and nurse aid that work in nursing home of two brazilian cities (Pouso Alegre-MG and Volta Redonda-RJ) about urinary incontinence

Abstract

The urinary incontinence constitutes one of the causes that makes elderly families to submit them to old nursing home.

The study, a descriptive and exploratory and aimed to identify the level of information of technicians and auxiliaries placed in two nursing home, one in Volta Redonda-RJ and the other in Pouso Alegre-MG, about urinary incontinence. In order to collect data, it was developed an instrument with personal and professional identification data and questions to evaluate the specific knowledge. The data analysis was quantitative. As a result it is possible to conclude that nursing workers researched showed that having the basic knowledge about urinary incontinence allow them probably to assist and improve the life quality of the elderly incontinent.

Key words: Urinary incontinence. Aged. KnowledgeEl conocimiento del tecnico y la enfermera ayudan que trabajo en asilos de dos ciudades brasileñas (Pouso Alegre-MG e Volta Redonda-RJ) en urinária incontinenceResúmenEl incontinência urinaria constituye una de las causas eso tome a familiar envejecidos que los internan en instituicones para poner en un hogar. Um estúdio descriptivo com el objetivo para identificar al grado de la informacion el técnico y de la ayuda apretada de la enfermera en dos asilos, uno en la ciudad en Volta Redonda-RJ y outro en uno del Pouso Alegre-MG, en incontinência urinaria. La muestra consistió en 16 profesionales de oficio de enfermera. Para la recogida de datos, um instrumento fue elaborado, compuesto de datos de la identificación personal y profesional y preguntas para la evaluacion del conocimiento específico. El análisis de datos era cuantitativo. Pues se deduce el resultado que los trabajadores buscados del oficio de enfermera tenian demostrado para poseer conocimiento básico en incontinencia urinaria eso, probablemente, permite para darlos a ayuda y para mejorar la calidad de la vida del incontinente envejecido.Palabras clave: Incontinencia urinaria. Envejecido. Conocimiento.IntroduçãoA incontinência urinaria (IU), segundo a Sociedade Internacional de Continencia¹, é a “perda involuntária de urina pela uretra em situações de aumento da pressão abdominal e ausência de atividade contrátil do detrusor”.Para Faria², a IU é presentada através de um sintoma, a queixa de perda urinaria, um sinal, que é demonstrado através das perdas objetivas de urina, e uma condição, que envolve o substrato fisiopatológico.A IU consistiu um dos principais problemas de pessoas idosas internadas em asilos, considerando que a idade avançada é um doa fatores que predispõem ao aparecimento desse sintoma. Ao lado disso, o sintoma torna as pessoas susceptíveis a algumas complicações, como infecção urinaria dermatite amoniacal, além do grande desconforto, que pode ser fatos causal de ulcera por pressão.Acredita-se que grande parte das instituições que prestam esse tipo de assistência não exija conhecimento prévio e/ou treinamento de seus funcionários muitas vezes, os idosos são cuidados por pessoas que não tem conhecimento específico nessa área, dificultando, mais ainda, o diagnostico precoce e o cuidado.É importante que os dirigentes das instituições de saúde estejam conscientizados, não so dos custos elevados gerados com a assistência aos idosos, mais também das possibilidades terapêuticas disponíveis, e que essa população e a equipe de enfermagem e/ ou cuidadores, sejam esclarecidos e recebam constante orientação sobre cuidados específicos aos idosos incontinentes.Considerando a importância da assistência de enfermagem adequada prestada ao idoso com incontinência urinaria, de forma a abranger suas necessidades higiênicas, sociais, seu bem-estar e conforto, além de agir como meio de prevenção e complicações, pretende-se, nesse estudo, identificar como o idoso é atendido pelos técnicos e auxiliares de enfermagem em asilos, mediante avaliação de seu conhecimento a respeito dos sintomas, e o que poderá ser feito para melhorar a qualidade de vida dos idosos institucionalizados.ObjetivoAvaliar o grau de conhecimento sobre incontinência urinaria dos técnicos e auxiliares de enfermagem, lotado em dois asilos, um na cidade de Volta Redonda-RJ e outro de Pouso Alegre-MG.MétodoO estudo foi realizado em dois asilos, um na cidade de Volta Redonda (RJ) e outro em Pouso Alegre (MG), respectivamente, com idosos de ambos os sexos em regime de internação.Para a coleta de dados, primeiramente, foram enviados ofícios aos administradores dos asilos, solicitando permissão para a realização da pesquisa, o qual foi acompanhado do projeto de pesquisa e da carta de aprovação pela Comissão de Ética da Universidade de Taubaté. Após a permissão, do administrador pela assinatura do asilo, a coleta de dados foi realizada pelos pesquisadores.A população foi composta por 16 profissionais de enfermagem (técnicos e auxiliares), que atuam na assistência aos idosos nas referidas instituições.O método utilizado foi do tipo indutivo e o estudo, exploratório e descritivo. A técnica utilizada para coleta de dados foi a da entrevista, por meio de um formulário, com abordagem individual, durante o período do plantão. Os profissionais da equipe de enfermagem que concordavam em participas da pesquisa foram entrevistados em horário previamente agendado com a chefia de enfermagem, após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido.O instrumento de coleta de dados é composto de duas partes: a primeira parte consta de identificação dos dados pessoais e profissionais. A segunda parte consta de 18 questões fechadas, divididas em itens I e II, para avaliação do conhecimento especifico a finalidade de atender os objetivos da pesquisa, e estabelecer a interação entre o pesquisador e a população a ser pesquisada.A analise de dados foi quantitativa. Para a avaliação do conhecimento, ou seja, para as 18 questão foi utilizada a escala de posiçao³, que atribui um conceito para cada parâmetro estabelecido em relação ao numero de questões acertada. Destaca-se que a escala foi utilizada com pequena modificação nos intervalos e conceitos, devido ao numero menos de questões propostas, ficando assim composta: de 15 a 18 – muito bom; 10 a 14 – bom; 5 a 9 – regular; 0 a 4 – ruim. Os dados foram tabulados manualmente e quantificados em números absolutos e percentuais e apresentados em tabelas e gráficos.Resultados e DiscussãoOs resultados obtidos a partir da avaliação do grau de informação dos técnicos e auxiliares de enfermagem das instituições anteriormente referidas, em relação à incontinência urinaria, estão distribuídos em gráficos, figuras e tabelas. 

Observa-se que mais da metade (62%) da amostra é representada por técnicos de enfermagem. Considerando que essa categoria possui currículo com carga horaria maior, subtende-se a preocupação das instituições em oferecer melhor assistência ao idoso internado, procurando acrescentar medidas de melhoramentos na qualidade de vida do idoso. 

Na tabela 1, nota-se que há predominância de sexo feminino (81%). Embora a população seja constituída de técnicos e auxiliares de enfermagem, e não se tenham encontrado estudos realizados com esses componentes da equipe de enfermagem, esse achado e coerente com estudo que envolve a participação de enfermeiros³, o que demonstra que a enfermagem continua sendo, uma profissão com característica predominantemente feminina.Quanto á faixa etária, observa-se que, apesar da pequena diferença, grande parte da amostra (44%) encontra-se com idade entre 20 e 29 anos. Observa-se que mais da metade da amostra tem idade inferior a 40 anos, tratando-se, portanto, de uma população jovem e, talvez, justificando o fato da maioria ser solteira.Em relação ao tempo de formado e de exercício profissional, coincidentemente, 38% da amostra tinha entre 1 e 5 anos de formado e de tempo de exercício profissional, e 31% tinha de 6 a 10 anos de formados e de exercícios profissional. No estudo de Silva et al³, observam-se resultados semelhantes em relação a idade, faixa etária e tempo de formados.Os dados mostrados nos gráficos a seguir representam o grau de informação dos técnicos e auxiliares de enfermagem, conforme objetivo traçado para o estudo, com base nos acertos das questões. Optou-se por separa-los segundo os tipos de questões: Tabela 2 (múltipla escolha) e Tabela 3 (certo ou errado).Conforme a Tabela 2, observa-se que 75% da amostra acertaram a questão 3, referente a causa da incontinência urinaria, e que 62,5% acertaram as questões de numero 1,4 e 6, respectivamente, denotando a existência de uma visão geral do problema em questão. As demais questões tiveram um índice baixo de acertos, parecendo demonstrar insegurança nos aspectos relativos aos conhecimentos do conceito, prevalência e complicações da incontinência urinaria. O estudo de Silva et al³, evidencia uma media de acertos de 32% referentes as questões relativas ao conceito e prevalência. Destaca-se, ainda, com base no estudo de Banes et al4, que tanto a população da saúde, parecem ter conhecimento restrito acerca dos fatores causais da incontinência urinaria. É notório, que se este conhecimento restrito acerca dos fatores causais da incontinência urinaria. É notório, que se este conhecimento parece não ser suficientemente profundo para os enfermeiro, que possuem formação mais abrangente, não se pode esperar que seja do conhecimento dos auxiliares e técnicos de enfermagem, cuja carga horário do curso e o tempo de formação são menores.A tabela 3 destaca que a questão 8 foi acertada pela totalidade da amostra (16; 100,0%). Isto evidencia o grau de confiabilidade que, tanto os técnicos, quanto os auxiliares de enfermagem, tem na avaliação realizada pelos enfermeiros e médicos, na detecção da incontinência e na instituição do tratamento. Rodrigues e Mendes5, mostram a importância do enfermeiro da detecção da incontinência urinaria, a partir dos sinais e sintomas apresentados e, posteriormente, na orientação do idoso em seu ambiente social e familiar, bem como em instituição asilar.As questões de numero 7 e 16 tiveram 93,75% de acertos, e as de numero 12, 15, e 18 uma media de 14 acertos, correspondendo a 88,7%, e abordam, respectivamente, o diário miccional, os fatores predisponentes, o tratamento e os cuidados com a região perineal. Referente ao diário miccional, Silva et al6, relatam a importância da realização desse diário para se obter em perfil da perda urinaria. Conforme destacado anteriormente, Silva et al³ afirmam que um dos objetivos da assistência de enfermagem é melhorar as condições do paciente, proporcionando conforto e higiene, o que ira refletir na sua qualidade de vida. 
  Tabela 2 - Distribuição dos técnicos e auxiliares de enfermagem, segundo número de acertos das quesstoes de 1 a 6 da II Parte do intrstumento de coleta de dados, com escolha de uma alternativa cprreta para cada questão. Taubaté, 2003.

Tabela 3- Distribuição dos técnicos e auxiliares de enfermagem, segundo número de acertos das questoes de 7 a 18 da Parte II

do instrumento de coleta de dados, com escolha de uma alternativa correta ou errada para cada questão. Taubaté, 2003.

Paralelamente, as questões de numero 10, 11 e 17 tiveram um índice percentual de acertos muito baixo (29,1%), podendo-se inferir que o conhecimento da amostra em realçao a alimentação, aspectos fisiopatológico e social é precário. Com relação ao aspecto social do portador de incontinência urinaria tanto as referencias consultada, quanto os relatos de familiares, são unanimes em afirmar que a casa possue um odor desagradável causada pela “urina solta”.Observa-se na Figura 2 que 68,7% da amostra apresentaram entre 10 e 14 acertos, o que corresponde ao conceito BOM. Observa-se, ainda, que 18,75% atingiram pontuação correspondente ao conceito REGULAR, e que apenas 12,5% alcançaram o conceito MUITO BOM. Esses dados assemelham-se aos do estudo de Silva et al³, que avaliou o conhecimento de enfermeiros, não estomaterapeutas, sobre incontinência urinaria, e encontraram que 54,3% dos pesquisados atingiu pontuação correspondente ao conceito “bom”. Infere-se, com base na escala de posição e nos com conceitos estabelecidos, que os trabalhadores do estudo em questão parecem possuir conhecimento básico, o que lhes permite prestar assistência ao idoso incontinente.Ainda com base nos objetivos propostos para o estudo e separando as categorias profissionais, destaca-se que o conceito “BOM” foi alcançado por 80% dos técnicos de enfermagem, enquanto esse conceito foi obtido por 50% dos auxiliares de enfermagem. Embora o numero desses profissionais na amostra do estudo seja diferente, infere-se que essa diferença se de por conta do gradeado curricular dos cursos de formação.Os trabalhadores de enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), por serem mais numero nas instituições asilares, dispendem a maior parte do tempo prestando cuidados direto aos idosos e, por este motivo, necessitam ter conhecimento, principalmente, das consequenciais que a incontinência urinaria podem causar, ao lado de precisarem de reciclagens constantes. Segundo Clashan e Lelis7, um dos problemas de saúde mais presente na população idosa e a perda involuntária de urina, e que esta e uma das condições que mais acarreta internações em casa de repouso. Em consequência disso, aparecem as complicações como as infecções urinarias, dermatites, ulceras por pressão e, muitas vezes, as quedas, devido a urgência miccional, conforme já mencionado anteriormente. Dai a importância dos trabalhadores de enfermagem estarem cientes e prontos a prestarem os cuidados necessários e corretos.ConclusõesNa avaliação do grau de informação sobre incontinência urinaria, 68,7% da amostra alcançou entre 10 e 14 acertos, o que corresponde ao conceito “BOM”. Com base na escala de posição e nos conceitos estabelecidos, esses trabalhadores parecem possuir conhecimento básico que lhes permite prestar assistência ao idoso incontinente. Conforme informações do IBGE (2002)8, ao final de 20 anos, quase 13% da população, ou seja, 30 milhões de pessoas, serão idosas Brasil e, para atender melhor as necessidade do idoso institucionalizado e não comprometer a qualidade da assistência prestada na instituição, esse conhecimento necessita ser mais aprofundado. 

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Referências

Ferolla EC, Santos VLCG. Incontinencia urinaria de esforço: um perfil da clientela. Ver Estima 2003;1 (1):33.

Faria ERR. Incontinencia urinaria em mulheres. Medicina Conselho Federal. 1997; 10(87): 15.

Silva EH et al. Conhecimento de enfermeiros assistências, não estomaterapeutas, de dois hospitais da cidade de São Paulo sobre incontinência urinaria. Taubaté. 2002. 29p. Monografia apresentada ao curso de especialização da Universidade de Taubaté.

Blanes L, Pinto RCT, Santos VLCG. Urinary incontinence. Knowledge and atitudes in São Paulo. Brasilian Journal ok Urology 2001;.27(3): 281-8.

Rodrigues RAP, Mendes MMR. Incontinencia urinaria em idosos/; proposta para a conduta de enfermeira. Ver Lativo AM Enfermagem 1994; 2(.2):8.

Silva RMO, Ferolla EC, Faro ACM. Aspectos teóricos de reabilitação no idoso com incontinência urinaria. HC- enfermagem 1999;.3(4):10

Glashan RQ, Lélis MS. Fatores de riscos associados a incontinência urinaria – é possível modifica-los? Acta Paul. Enf. 1999; v.12, n.1, jan./abr.

Brasil. IBGE censo 2000. Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios; disponível em http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm em 13/09/2003

Publicado

2016-03-23

Como Citar

1.
Santos CR de S, Portella SC de S, Oliveira CAG da S, Antunes R, Cesaretti IUR. Conhecimento de técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham em asilos de duas cidades brasileiras ( Pouso Alegre MG e Volta Redonda RJ) sobre incontinência Urinaria. ESTIMA [Internet]. 23º de março de 2016 [citado 25º de novembro de 2024];3(1). Disponível em: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/11

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