Resumo de Dissertação 2

Autores

  • Geisa Aguiari Carneiro Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
  • Rita de Cássia Burgos de Oliveira Leite Enfermeira. Professora Doutora do Departamento Médico-Cirúrgico da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

Resumo

Lesões de pele no intra-operatório de cirurgia cardíaca: incidência, caracterização e fatores de risco


A manutenção da integridade cutânea é umcuidado a ser prestado individualmente a cada pacientede forma integralizada com outros cuidados do intraoperatório,aplicando o conhecimento técnico e científico.Os cuidados de enfermagem promovidos ao paciente noperíodo intra-operatório refletirão no pós-operatório.Muitas lesões de pele têm seu início na sala de operação esegue se agravando no pós-operatório cirúrgico. Estapesquisa justifica-se pela escassez de estudos referentesàs lesões de pele de pacientes desenvolvidas e observadasno período intra-operatório. Neste estudo exploratório,descritivo e de coorte o objetivo principal é verificar aincidência de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca quedesenvolveram lesões de pele no período intra-operatório,caracterizar as lesões e identificar os fatores de risco. Acoleta de dados foi realizada no Centro Cirúrgico (CC) deum hospital público de ensino, de atenção terciária à saúde,predominantemente cirúrgico, especializado emcardiologia no município de São Paulo, a amostra doestudo foi de 182 pacientes. O estudo foi feito com um psignificativo (= 0,05) frente aos testes estatísticos nãoparamétricos.A maioria dos pacientes estudados foi dosexo feminino (67%), com idade mediana de 63 (53 – 70)anos. A raça branca foi predominante (63,2%). Ospacientes obtiveram a mediana do IMC de 26,15 (23,3 –29) e os dias de internação apresentaram mediana de 6 (2– 11). Quanto ao perfil clínico dos pacientes 49,5%apresentavam insuficiência coronariana, 18,7%insuficiência da váluva mitral; 83,5% dos pacientesapresentavam hipertensão arterial, 22,5% tinham diabeteinsulino não dependente e 9,3% diabete insulinodependente; 20,9 faziam uso de álcool e 13,2 faziam usode tabaco. Com relação à avaliação clínica da pele houvepredominância da pele de coloração rósea claro com 76,4%,textura normal 56%, turgor normal 67% e 61,5% dospacientes tinham umidade normal. Quanto à incidênciade pacientes submetidos à cirurgia cardíaca quedesenvolveram lesões de pele em decorrência do períodointra-operatório obteve-se incidência de 20,9% (38). Tivemos que 35 (19,2%) lesões apresentaram-se comoúlceras por pressão no estágio I, 02 (1,1%) lesõescaracterizaram-se como abrasão, 02 (1,1%) feridas incisas,01 (0,5%) laceração, 01(0,5%) queimadura elétricasuperficial e 01(0,5%) úlceras por pressão no estágioII.Quanto aos fatores de risco para lesão de pele noperíodo intra-operatório de cirurgia cardíaca, na análiseestatística bivariada, considerando p< 0,05 apresentouseestatisticamente significante: a idade elevada (63 anos)p= 0,053; pele pálida apresentou p= 0,015; umidadenormal da pele revelou p= 0,042; o tempo total deprocedimento anestésico cirúrgico apresentou p= 0,035.Os pacientes que utilizaram o equipamento Eco TransEsofágico teve significância estatística com p= 0,031 epara os que utilizaram o equipamento DesfibriladorExterno p= 0,01. Na análise estatística de regressãologística realizada quanto aos fatores de risco de lesão depele no período intra-operatório os resultados indicarama coloração rósea clara e a unidade da pele normal comofatores de proteção com Odds Ratio de 0,603 e 0,415respectivamente. A idade avançada (>63 anos) e anecessidade do uso do desfibrilador externoapresentaram-se como indicador preditivo dedesenvolvimento de lesão de pele, com Odds Ratio de2,182 e 6,634 respectivamente. Muito se tem estudadosobre a integridade da pele, relacionando a prevenção deúlceras por pressão, porém ainda são escassos ostrabalhos referentes sobre lesões de pele no período intraoperatório.O paciente cirúrgico traz consigo fatores derisco que colaboram com o desenvolvimento de lesões,bem como o uso de equipamentos e procedimentosrealizados nesse periodo favorecem o aparecimento delesões de pele. Portanto a enfermagem perioperatóriadeve estar atenta a todos os riscos para realizar umplanejamento de assistência e cuidado individualizadopara os pacientes que garanta a sua segurança.Descritores: Enfermagem Perioperatória. Períodointra-operatório. Pele. Lesões. Fatores de Risco. Cirurgiatorácica.

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Publicado

2010-03-01

Como Citar

1.
Carneiro GA, Leite R de CB de O. Resumo de Dissertação 2. ESTIMA [Internet]. 1º de março de 2010 [citado 22º de novembro de 2024];8(1). Disponível em: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/269

Edição

Seção

Artigos