Resumo Premiado 2

Autores

  • Ana Márcia Araújo Leal Enfermeira do Hospital Especializado Dom Rodrigo de Menezes.

Resumo

Uso de Terapia Compressiva Elástica de Multiplas Camadas no Tratamento de Úlcera Venosa: Relato de Três Casos


A úlcera venosa representa o estágio mais avançado da doença venosa crônica, que está associada à disfunção da bomba muscular da panturrilha, levando à hipertensão venosa. A etiologia da úlcera venosa ocorre devido à trombose ou à varicose, causando danos às válvulas das veias da perna e, conseqüentemente, insuficiência no fluxo venoso e hipertensão venosa. A pele, uma vez perdendo sua umidade e nutrição adequadas, pode levar ao aparecimento das úlceras, geralmente após traumatismos. A úlcera venosa tem o formato irregular e superficial, as bordas são bem definidas e seu leito pode apresentar-se desvitalizado ou com tecido de granulação. Um dos problemas acerca das úlceras venosas é o tempo que levam para cicatrizar e a frequência de recorrências. No que diz respeito ao tratamento, é indicada terapia que favoreça a compressão ou contenção do membro inferior, da ponta dos artelhos até abaixo do joelho, que por sua vez atua de forma sistêmica auxiliando o retorno venoso adequado e a redução do edema local favorecendo, assim, a auxílio na cicatrização da úlcera. Nesta experiência, utilizou-se terapia compressiva elástica de múltiplas camadas, composta de espuma de contato da ferida, camada de compressa super absorvente e camada externa confeccionada com tecido de algodão e nylon revestido com fio de polímero elastomérico sintético, e marcada com indicadores de compressão. O objetivo deste estudo é relatar a experiência do uso da terapia compressiva elástica de múltiplas camadas em três pacientes com úlceras venosas. O estudo foi realizado no Hospital Especializado em Dermatologia Dom Rodrigo de Menezes em Salvador, na Bahia, em agosto de 2010. Para o estudo, empregou-se máquina fotográfica para registro de todos os dados. Todos os pacientes autorizaram o desenvolvimento do estudo e a publicação de seus resultados. O paciente VS utilizou variados tipos de coberturas na lesão, durante 3 anos, com baixa resolutividade e dificuldade de cicatrização total. No primeiro dia da aplicação da terapia elástica (08/09/10), a lesão encontrava-se com tecido de granulação, medindo 2,5cm X 2cm, exsudativa, com forma irregular e maceração nas bordas. Após 7 dias (15/09/2010), na segunda aplicação, a lesão apresentava-se com o mesmo aspecto de granulação, embora com redução de margens para 1,8cm X 1,5cm. Na terceira troca, a ferida apresentava-se com medidas de 1,5cm X 1cm recoberta com tecido epitelial, totalmente fechada. Em apenas três aplicações da terapia elástica de três camadas, a lesão epitelizou totalmente, sem mais necessidade do uso de coberturas. O paciente foi orientado quanto à importância da continuidade do uso de compressão, utilizando meia elástica, para a prevenção da recorrência da úlcera venosa. O paciente AAS também utilizou algumas terapias anteriormente, sem obter resultados satisfatórios na cicatrização da lesão. No primeiro dia da aplicação da terapia elástica (08/09/2010), o membro inferior esquerdo (MIE) apresentava-se bastante edemaciado com lesão extensa, medindo 14,5cm X 10cm, recoberta com aproximadamente 90% de tecido de granulação e com pontos de esfacelo por toda a extensão da lesão, e com muito exsudato sero-sanguinolento. Na segunda aplicação, após 7 dias (15/09/2010), obteve-se redução significativa do edema em MIE, com margens epitelizadas, e maior quantidade de tecido de granulação, medindo 13,5cm X 8cm. Na terceira troca (22/09/2010), a ferida encontravase totalmente granulada, medindo 12cm X 6cm, margens epitelizadas, mantendo exsudato serosanguinolento. Na quarta troca (29/09/2010), a ferida manteve as características anteriores, medindo 11,5cm X 4,5cm, portanto com importante redução no tamanho da úlcera, além de redução do edema e aumento da quantidade de tecido viável. O terceiro paciente do estudo, MMS, iniciou o uso da terapia elástica em 15/09/ 2010 em MIE, com duas lesões, classificadas como proximal e distal. A ferida proximal media 6,5cm X 5cm e apresentava-se com tecido de granulação e pontos de esfacelos, e a distal, 8cm X 5cm, com tecido de coloração vermelho escura, esfacelo em sua porção central, com exsudato purulento e margens maceradas. Na segunda troca (22/09/ 2010), a ferida proximal media 6cm X 5cm, com tecido de granulação, margens com tecido epitelial e mais superficial. A ferida distal aumentou a quantidade de esfacelo úmido, o que levou à indicação do uso de curativo com prata nanocristalina, juntamente com a terapia elástica. Na terceira troca (29/09/10), a lesão proximal (em que também se utilizou a prata nanocristalina) apresentava-se totalmente epitelizada e a distal, com redução no seu tamanho (5,5cm X 4cm) e na quantidade de esfacelo, mantendo tecido vermelhoescuro. Observou-se um resultado de cicatrização total de uma das lesões e melhora no aspecto da outra lesão, exigindo manutenção da conduta.. Ao final do estudo, pôde-se constatar que o uso da terapia compressiva elástica de múltiplas camadas contribuiu para os resultados satisfatórios e progressivos na cicatrização das úlceras venosas, trazendo, como resultados secundários, a maior satisfação dos pacientes e da equipe.Descritores: Úlcera venosa. Meias de compressão. Cicatrização de feridas. Insuficiência venosa.

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Referências

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Publicado

2010-12-01

Como Citar

1.
Leal AMA. Resumo Premiado 2. ESTIMA [Internet]. 1º de dezembro de 2010 [citado 22º de novembro de 2024];8(4). Disponível em: https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/288

Edição

Seção

Artigos